sexta-feira, 19 de junho de 2009

Ser Secretária: as diferenças entre países desenvolvidos e em desenvolvimento


Ser culto é pertencer a todos os tempos e lugares, sem deixar de pertencer a seu tempo e lugar" Otávio Paz
A globalização responsável por acontecimentos bons e ruins, nos últimos anos, intensificou os contatos internacionais das diversas organizações da profissão em todo mundo.
Assim é que discutimos há mais de quatro anos, discriminação atribuições, qualificação profissional, oportunidades no mercado de trabalho, mudança da imagem e a evolução da profissão, sempre tendo o cuidado de relacionar tais dados com os demais países.
A discriminação é semelhante em todos os países - ressalvando-se as diferenças culturais - por estar mais ligada à mulher do que à profissional.
As atribuições estão mais claramente definidas em termos de assessoria e gerenciamento, o que já existe há muitos anos em empresas de pequeno e médio porte, nas quais atuam número reduzido de Executivos.
Em termos de qualificação profissional as iniciativas são inúmeras: cursos de aperfeiçoamento profissional, expansão de cursos universitários, reformulação dos cursos profissionalizantes, criação de centros de desenvolvimento profissional, só para citar alguns exemplos.
A imagem da profissão também mudou. Hoje o profissional de secretariado é respeitado e cada vez mais a sociedade compreende melhor essa profissão, embora vez ou outra e ainda hoje alguns autores de novelas ou piadistas insistam nos velhos modelos.
No que diz respeito às oportunidades e desenvolvimento da profissão os dados são positivos, mesmo se considerarmos o desemprego e o forte achatamento salarial dos últimos anos. Vale ressaltar que o profissional de secretariado hoje é aquele que domina pelo menos mais um idioma, além de informática.
A tranqüilidade em apresentar, nesse 30 de setembro, dados tão positivos não é uma atitude isolada. Um dado concreto pode ser mencionado: em todo o mundo o nome da profissão está sendo discutido.
Resultado da evolução da profissão o nome secretária em muitos países não atende mais a descrição das atribuições e as responsabilidades que esse profissional assumiu nos últimos anos. Tanto que esse assunto foi discutido nos Estados Unidos, Europa.
Com algumas variações o resultado final dessa discussão é incluir o nome Assistente e suas variações: Administrativo, Técnico, Financeiro etc. para completar o escopo de atribuições e facilitar a vida das empresas.
No Brasil, como é hábito, a nomenclatura diversificada - isto é os diversos apelidos que a profissão recebeu no mercado de trabalho - existe há mais de 10 anos.
Precisamente na época em que a profissão foi regulamentada, as empresas foram utilizando toda sua criatividade para alterar os cargos e fugir da lei de regulamentação. Tanto que chegamos a superar 500 cargos diferentes para o exercício da profissão, apenas para justificar que o profissional não era secretário.
Vale lembrar que isto significava e significa, por exemplo, que um médico não precisa mais cursar medicina para clinicar, mas precisa exercer suas atribuições de médico, atender, diagnosticar, operar, medicar etc.
Por caminhos tortuosos, como é normal no Brasil, chegamos ao final de uma batalha que dura mais de 10 anos: fazer com que as empresas finalmente compreendam, quando negociamos, quem é profissional de secretariado.
Em linhas gerais o profissional de secretariado é aquele que desempenha as atribuições constantes de sua lei de regulamentação associadas às demais atribuições que dependem da empresa onde atua, levando-se em conta porte, ramo de atividade etc.
É claro que mais de 500 nomes diferentes é um exagero. Talvez típico dos brasileiros. Mas Assistentes, Auxiliares e Assessores diversos são na verdade profissionais de secretariado, como está provado agora no mundo todo.
Essa não é uma questão de representatividade, não é uma questão de interferência em outros sindicatos, ou mesmo na empresa, mas uma realidade mundial.
Nossa profissão cresceu, evoluiu e da mesma forma que há engenheiros ocupando cargos de gerência, Administradores como Gerentes de Recursos Humanos, há profissionais de secretariado que possuem vínculo empregatício como Assistente, Auxiliar ou mesmo Assessor.
O fato é que a profissão cresceu, se solidificou e fortaleceu, por estar centrada na informação, no trato com pessoas e sua versatilidade permite estar presente em todos os segmentos, sejam eles econômicos ou políticos, o que em tempos de desemprego ajuda muito em qualquer país.
Segundo as associações internacionais era necessário uma alteração para abranger todo o crescimento da profissão e refletir a expansão das responsabilidades. Na Europa e nos Estados Unidos esse assunto já foi resolvido. Na ásia será discutido e estamos trabalhando para que na América Central e do Sul possamos abrir espaço para essa discussão.
Temos pois um novo e longo caminho a percorrer, pois enquanto os países do primeiro mundo decidiram pela alteração do nome fundamentados na evolução da profissão e do mercado de trabalho, no Brasil as empresas decidiram trocar o nome dos profissionais de secretariado, para fugir da regulamentação profissional.
Como entidade de classe apolítica, apartidária e sem filiação a centrais sindicais, centradas no diálogo e na busca de soluções vamos percorrer esse caminho com a certeza e a tranqüilidade que nossa profissão realmente é uma das que mais crescem no mundo.
Portanto e em homenagem às secretárias, assessoras, assistentes, auxiliares e ao crescente ingresso de homens na profissão - no mundo todo - uma saudação especial: profissional de secretariado. Parabéns por este dia 30 e por todos os outros também.

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